O relatório de política educacional do Dados para um Debate Democrático na Educação (D³e), Aprendizagem Híbrida? Orientações para regulamentação e adoção com qualidade, equidade e inclusão, foi apresentado ao Conselho Nacional de Educação (CNE). A Reunião Pública da Câmara de Educação Básica ocorreu no dia 6 de julho, no formato de videoconferência. O relatório, lançado em 13 de junho, é uma parceria do D³e com o Transformative Learning Technologies Lab (TLTL), da Universidade de Columbia (EUA); com a Fundação Telefônica Vivo e com o Lemann Center, da Universidade de Stanford (EUA).
Três dos autores do relatório, os pesquisadores Paulo Blikstein, Fabio Campos e Rodrigo Barbosa e Silva, conduziram a apresentação das principais conclusões e recomendações do documento. Eles ressaltaram que a adoção da aprendizagem híbrida deve ser pautada pela promoção da equidade e pela inovação educacional real, que vá além do reempacotamento de velhas fórmulas. Destacaram, ainda, que a implementação deve ocorrer de forma gradual, de acordo com contexto: uso emergencial, recomposição da aprendizagem e ampliação da oferta pedagógica. Os autores também afirmaram que ainda não há evidências sólidas de que a aprendizagem híbrida seja efetiva, muito menos em situações altamente desiguais, como as existentes no Brasil. É necessário, portanto, seguirmos engajando a sociedade civil e acadêmica para debater e refletir sobre maneiras efetivas a fim de que a aprendizagem híbrida realmente possa contribuir para o desenvolvimento pleno dos estudantes.
Durante a reunião, o diretor-executivo do D³e, Antonio Bara Bresolin, destacou a intenção da associação em contribuir para a identificação de dados, experiências e referências de regulamentação da aprendizagem híbrida em outros países. “É nossa missão colaborar para o aprimoramento do debate educacional brasileiro e para a qualificação do uso do conhecimento científico no desenvolvimento de políticas educacionais fundamentadas e consistentes, que promovam uma educação equitativa e de qualidade no Brasil. É gratificante ver o processo de alinhamento do CNE com as principais mensagens que trouxemos para o debate”, destacou Bresolin.
Aprendizagem híbrida segue em discussão no CNE
O Conselho Nacional de Educação acompanhou toda a produção do estudo. A presidente do CNE, Maria Helena Guimarães de Castro, foi uma das leitoras críticas do documento e apresentou suas impressões iniciais durante o Encontro com Especialistas, com o objetivo de incorporar diferentes e qualificados pontos de vista para debater sobre o tema e suas implicações para o contexto brasileiro.
Suely Melo de Castro Menezes, presidente da Câmara de Educação Básica do CNE, também foi uma das debatedoras no Encontro Aprendizagem Híbrida, realizado em 13 de junho. O evento reuniu especialistas de educação e representantes de conselhos e redes de ensino com o objetivo de debater as informações do estudo. Também foram discutidas as experiências nacionais de aprendizagem híbrida e debatidos os subsídios para uma possível regulamentação do tema.
Saiba mais: D³e apresenta considerações para adoção da aprendizagem híbrida
Saiba mais: Aprendizagem híbrida no Brasil: redes apresentam suas experiências
Além disso, o documento é um aprofundamento do relatório Tecnologias para uma educação com equidade, fruto de uma parceria do D³e com o Todos Pela Educação e o TLTL. Lançado em 2021, orelatório apresentou evidências e propostas para o debate nacional sobre a importância da tecnologia no intuito de contribuir para a melhoria do aprendizado na educação básica. As diretrizes e estratégias do Educação Já, documento organizado pelo Todos Pela Educação, foram adotadas como referenciais a fim de traçar os caminhos necessários para que a educação básica brasileira dê um salto de qualidade.
Entre as publicações dos dois relatórios, o D³e, o TLTL, a Fundação Telefônica Vivo e o Lemann Center também apresentaram um parecer técnico para o CNE. O objetivo foi oferecer insumos e proposições para a discussão no Brasil e, em especial, colaborar para o debate no conselho, com vistas à elaboração de um parecer sobre a proposta de diretrizes gerais sobre a aprendizagem híbrida.
Acesse o relatório de política educacional.
Se preferir, confira o resumo do relatório.