D³e desenvolve relatório que sistematiza debates sobre políticas educacionais em reunião do CNE

Reunião Ordinária do Conselho Nacional de Educação na Região Sudeste foi realizada em junho de 2024

Entre os dias 10 e 13 de junho, o D³e participou da Reunião Ordinária do Conselho Nacional de Educação (CNE), realizada em Belo Horizonte. O evento reuniu representantes do Ministério da Educação (MEC), conselhos estaduais, instituições de ensino e especialistas para discutir e propor soluções para desafios históricos e emergentes da educação brasileira.

Ao longo de quatro dias, foram debatidos temas cruciais para a formulação e execução de políticas educacionais, incluindo o Plano Nacional de Educação, a regulação do ensino superior, a educação profissional e tecnológica e, com destaque, a educação infantil. O relatório que sistematizou o evento contou com o apoio financeiro do SESI Nacional e do Ecossistema Square, enquanto a coordenação do evento foi realizada pelo Conselho Estadual de Educação de Minas Gerais.

 

Educação infantil: prioridade para o desenvolvimento integral

O evento foi iniciado pela mesa de abertura “Educação brasileira – que futuro é esse?”, trazendo à tona a necessidade de integrar políticas educacionais com ações nas áreas de saúde, assistência social e cultura, visando criar um ambiente mais favorável ao aprendizado.

Outra das sete mesas do evento muito relacionada a essa teve como tema o “Compromisso com a Educação Infantil”, que reuniu especialistas e autoridades para discutir o papel crucial dessa etapa educacional no desenvolvimento integral das crianças e no futuro do país. 

Os especialistas reforçaram que investir nos primeiros anos de vida é fundamental para a construção de uma sociedade mais justa e próspera. Além de garantir alfabetização e aprendizado na idade certa, a educação infantil deve ser um espaço para combater desigualdades e promover segurança alimentar. 

“Não falamos somente da educação, da brincadeira e dos primeiros passos, mas de um atendimento que combata a precariedade da vida local dessas crianças, visando a proteção e a segurança alimentar, de modo que a escola seja um espaço social privilegiado para todas elas”, afirmou Luiz Roberto Liza, presidente do CNE.

Entre as propostas apresentadas, sobressaíram a formação continuada de professores, a priorização de brincadeiras como eixo pedagógico e a adoção de diretrizes interdisciplinares, conforme as novas Diretrizes de Qualidade e Equidade para a Educação Infantil aprovadas pelo CNE.

Marisa Vasconcelos Ferreira, da Fundação Carlos Chagas, reforçou a necessidade de profissionais capacitados para atender às especificidades dessa faixa etária, enquanto Suely Menezes, do CNE, destacou que a educação infantil deve articular direitos de aprendizagem com direitos sociais básicos.

 

Ensino superior e formação tecnológica: avanços necessários

A mesa “Regulação na perspectiva da expansão e avaliação da Educação Superior” debateu a necessidade de aprimorar a regulação no setor e o fortalecimento de parcerias para enfrentar os desafios da nova economia digital. O papel das universidades como centros de inovação e o alinhamento entre demandas do mercado e currículos acadêmicos foram amplamente discutidos.

Já a mesa “Desafios da Educação Profissional e Tecnológica” destacou a importância de ampliar o acesso a cursos técnicos e profissionalizantes, especialmente em regiões vulneráveis, para atender às demandas do mercado de trabalho e promover a mobilidade social.

 

Plano Nacional de Educação

Com o tema “Plano Nacional de Educação na perspectiva das políticas estratégicas da educação nacional”, essa mesa abordou a urgência de políticas que garantam equidade e inclusão, com ênfase em uma articulação mais eficaz entre estados e municípios. “Defender a equidade não é um posicionamento neutro, mas político e estratégico”, pontuou Felipe Michel Braga, presidente do Conselho Estadual de Educação de Minas Gerais (CEE/MG).

Foram propostas medidas como priorizar a formação de professores, melhorar a coordenação interfederativa, estruturar sistemas de coleta de dados e garantir a participação ativa de educadores. Também se defendeu uma orientação estratégica para avaliações formativas, planos regionais adaptados às especificidades locais e um pacto educacional de longo prazo, visando os próximos 30 anos.

A mesa concluiu que o próximo PNE deve priorizar equidade desde o início, investir na viabilidade prática das políticas e enfrentar desigualdades históricas na educação brasileira.

 

Reflexão e compromisso

Ao final do evento, o CNE reafirmou seu compromisso com a educação como motor de transformação social, destacando que as soluções passam por escuta ativa, dados robustos e colaboração intersetorial. O relatório final do encontro será compartilhado com o MEC e o CNE para embasar decisões futuras.

Com um olhar atento para as desigualdades regionais e o impacto da pandemia, o D³e segue contribuindo para a construção de políticas educacionais que promovam equidade e qualidade no sistema educacional brasileiro.

Acesse o relatório

Acesse a one-page