Atuação docente em múltiplas escolas no Brasil
Um estudo inédito apresenta evidências sobre o perfil de professores que trabalham em múltiplas escolas no Brasil. Com base nos dados do Censo Escolar 2023, a pesquisa revela que aproximadamente 450 mil docentes atuam em duas ou mais instituições de ensino, o que pode impactar diretamente a qualidade da educação. A nota técnica é assinada por Gabriela Miranda Moriconi, Nelson Antonio Simão Gimenes, André Augusto Couto e Thiago Alves, realizada pela Fundação Carlos Chagas em parceria com o Centro Lemann de Stanford e o D³e – Dados para um Debate Democrático na Educação, com o apoio do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq), Instituto Península, Instituto Sonho Grande e Movimento Profissão Docente.
Lançado em um momento em que a discussão sobre a qualidade do ensino e as condições de trabalho dos professores ganha cada vez mais força no Brasil, o estudo contribui para o debate sobre as causas e consequências da atuação docente em múltiplas escolas. A pesquisa se insere em um contexto marcado por desafios como a defasagem salarial, a sobrecarga de trabalho e a falta de valorização da profissão docente.
A nota técnica propõe como saídas para essa complexa questão a necessidade de uma análise aprofundada dos fatores que levam os professores a trabalharem em múltiplas escolas, como a jornada de trabalho, as matrizes curriculares e os processos de atribuição de aulas. Além disso, o estudo defende a importância de políticas públicas que valorizem a carreira docente e garantam condições de trabalho adequadas, com o objetivo de concentrar a jornada de trabalho dos professores em uma única escola.
A temática da atuação docente em múltiplas escolas exige uma atenção especial na agenda de discussão sobre a qualidade da educação no Brasil. De fato, compreender as causas desse fenômeno e seus impactos é fundamental para a elaboração de políticas públicas mais eficazes. Ao desvelar os desafios enfrentados pelos professores e as consequências para o ensino e a aprendizagem, o estudo contribui para um debate mais informado e embasado sobre o futuro da educação no país.