D³e lança relatório sobre Escola de Tempo Integral
O debate sobre as escolas de tempo integral tem envolvido educadores, famílias e apareceu como proposta de diversos candidatos nas últimas eleições. Mas quais são os impactos reais da ampliação da carga horária das escolas na formação dos alunos? O esforço e o custo para ampliar o número de horas realmente se refletem em maior – e melhor – aprendizagem? No segundo relatório lançado pela D³e, como parte de nosso compromisso em apresentar experiências e evidências relevantes à Educação brasileira, tentamos responder a essas questões. Mas já adiantamos: os resultados dos estudos sobre escolas de tempo integral não são conclusivos.
A publicação do D³e, intitulada Escola de Tempo Integral, aponta que nem sempre os programas de aumento da carga horária escolar fazem melhorar o desempenho dos alunos. “A maioria dos estudos apresentados no relatório indica que não é só mais tempo na escola que faz a diferença, e sim como este tempo é utilizado”, explica a professora da Escola de Políticas Públicas e Governo da Fundação Getulio Vargas (FGV), Tássia Cruz, uma das realizadoras da pesquisa e Diretora de Pesquisa e Conhecimento do D³e. De modo geral, os estudos apontam que se a ampliação da jornada diária não for acompanhada por outras iniciativas, como formação e dedicação integral dos professores, o crescimento da carga horária não causa uma mudança expressiva nas taxas de aprovação e evasão.
A análise foi realizada a partir de seis modelos distintos de escolas de tempo integral — (i) o programa Educação Integral, do estado de Pernambuco; (ii) o programa Turno Único, do município do Rio de Janeiro; (iii) o programa Escola em Tempo Integral – ETI, do estado de São Paulo; (iv) o programa Mais Educação, do governo federal; (v) o programa Escuelas de Tiempo Integral, do Chile; e (vi) o programa Escuelas de Tiempo Integral, do Uruguai. Na pesquisa, foram considerados diversos estudos sobre esses exemplos.
Esperamos que este material contribua para o fortalecimento do conhecimento e a tomada de decisões no desenho das políticas educacionais no Brasil.
Boa leitura!
Equipe D³e