Aprendizagem Híbrida? Orientações para regulamentação e adoção com qualidade, equidade e inclusão

Este Relatório de Política Educacional é fruto de uma parceria do Dados para um Debate Democrático na Educação (D³e) com o Transformative Learning Technologies Lab (TLTL), da Universidade de Columbia (EUA); com a Fundação Telefônica Vivo e com o Lemann Center, da Universidade de Stanford (EUA). Levando em conta que a aprendizagem híbrida é uma opção cada vez mais presente no ambiente escolar, principalmente em face da pandemia de covid-19, o documento apresenta evidências e propostas para o debate nacional sobre o tema.

Os autores partem de uma análise do contexto da pandemia e de soluções adotadas em diferentes lugares do mundo (União Europeia, Austrália, Estados Unidos, Uruguai e China) para delinear recomendações em seis campos: (1) contextos e condições para o emprego de abordagens híbridas; (2) infraestrutura e recursos para implementação adequada; (3) proteção de dados e privacidade; (4) formação docente; (5) integração com políticas nacionais existentes e (6) produção de estudos e monitoramento de programas-piloto.

O estudo é lançado no momento em que as aulas presenciais foram retomadas e a pandemia de covid-19 se apresenta mais branda, cenário o qual fez com que a aprendizagem híbrida passasse a fazer parte das discussões em diferentes círculos de educadores, gestores, estudantes e famílias. O próprio conceito de aprendizagem híbrida está em construção ao redor do mundo, enquanto são discutidas possíveis estratégias de sua implementação, com maior ou menor grau de normatização estabelecida pelos órgãos responsáveis em cada país.

O propósito do relatório é, exatamente, compreender quais são os cenários em que a educação híbrida já foi utilizada e quais evidências existem sobre esses usos; como ela está sendo discutida em outros países; quais são os possíveis usos para curto, médio e longo prazo; além de esclarecer de que dependem para alcançar os avanços desejados.

Como conclusões, o documento ressalta que a adoção da aprendizagem híbrida deve ser pautada pela promoção da equidade e pela inovação educacional real, que vá além do reempacotamento de velhas fórmulas. Destaca, ainda, que a implementação deve ocorrer de forma gradual, de acordo com contexto (uso emergencial, recomposição da aprendizagem e ampliação da oferta pedagógica). Por fim, o relatório aponta que ainda não há evidências sólidas de que a aprendizagem híbrida seja efetiva, muito menos em situações altamente desiguais, como as existentes no Brasil. São grandes, portanto, os desafios para que a sua implementação seja realmente efetiva.

O relatório foi elaborado pelos pesquisadores Paulo Blikstein, Lívia Macedo, Mariana Lederman Edelstein, Renato Russo, Fabio Campos e Rodrigo Barbosa e Silva, com apoio de pesquisa de Danilo Silva, Flávia Passos e Éliton Meireles de Moura.

Aqui você tem acesso ao resumo do relatório.
E o relatório completo você acessa neste link.

O lançamento do relatório ocorreu durante o Encontro Aprendizagem Híbrida, em 13 de junho, em São Paulo. Foram realizadas três mesas de debate com especialistas de educação e representantes de conselhos e redes de ensino, com o objetivo de discutir sobre as informações do relatório e apresentar experiências de aprendizagem híbrida no Brasil. Clique nos links a seguir para assistir:

Mesa 1 – Apresentação do relatório Aprendizagem Híbrida? Orientações para regulamentação e adoção com qualidade, equidade e inclusão

Mesa 2 – Como as redes públicas lidaram com a aprendizagem híbrida e quais suas perspectivas de continuidade?

Mesa 3 – Reflexões e debate para uma adoção da aprendizagem híbrida com qualidade e equidade no Brasil