Incentivos financeiros a estudantes do ensino médio: o que sabemos sobre essa política?

Esta Síntese de Evidências é fruto da parceria entre Dados para um Debate Democrático na Educação (D³e) e Todos Pela Educação, e foi elaborada pelos pesquisadores Cristine Pinto, Livia Haddad e Vladimir Ponczek. 

A alta taxa de evasão e de abandono no ensino médio é uma das principais preocupações da educação brasileira e uma das possíveis razões é que os alunos enfrentam restrições financeiras que os levam a sair da escola e entrar mais cedo no mundo do trabalho. 

Motivados por esse cenário e por políticas similares adotadas em outros países, alguns estados brasileiros lançaram programas que provêm incentivos financeiros para os jovens permanecerem na escola. Houve, inclusive, uma proposta de lei federal semelhante. O Governo Federal, a partir de 2023, colocou como prioritária a criação de um programa de bolsas para alunos do ensino médio com foco na permanência dos estudantes na escola e no resgate de jovens evadidos, considerando que a situação foi agravada pela pandemia. 

Porém, existem evidências de que programas de incentivos financeiros para os alunos do ensino médio diminuam a evasão escolar e afetem os resultados escolares desses estudantes? Para responder a essa pergunta, os autores discutem a literatura mais relevante sobre a temática. 

Os artigos analisados encontram efeitos benéficos de incentivos financeiros em importantes dimensões educacionais em países desenvolvidos. Já naqueles em desenvolvimento, as iniciativas são ambíguas e dependem das especificidades dos programas. 

Analisando estudos internacionais e à luz da realidade brasileira, os autores estabelecem recomendações para aumentar a chance de efetividade das políticas de incentivos financeiros para conclusão do ensino médio.

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Evidências em Mãos (One-page)

Sínteses de Evidências – O documento reúne dados, informações e evidências científicas, publicadas no Brasil e no mundo, sobre políticas educacionais. Para organizá-la, é adotada uma metodologia robusta para o levantamento e a sistematização das evidências: escolha de artigos que sejam referência no campo internacional (altas taxas de citação), publicados em revistas
reconhecidas internacionalmente (de acordo com rankings acadêmicos de prestígio) e pertencentes a diferentes áreas do conhecimento (como educação, administração pública, economia, entre outros). Entendemos, porém, que toda metodologia possui restrições e, com o intuito de colaborar para o debate democrático das políticas educacionais, avaliamos que é central declarar a ciência de que há limitações nesta síntese, intrínsecas a qualquer estudo de cunho acadêmico. Nesse sentido, não pretendemos esgotar a literatura nem apresentar uma síntese exaustiva ou conclusiva. Ao contrário, nosso intuito é oferecer um material robusto para auxiliar os gestores na tomada de decisões e fomentar o debate baseado em evidências, que pode e deve ser complementado por outras perspectivas