Guia para a articulação entre as escolas e a Rede de Proteção à Criança e ao Adolescente

Produzido pelo D³e – Dados para um Debate Democrático na Educação, em parceria com a B3 Social, este guia apresenta evidências sobre a importância da atuação intersetorial na garantia dos direitos de crianças e adolescentes. O material tem como base pesquisas em saúde mental, políticas públicas e experiências concretas no atendimento a esse público, e foi elaborado por Vládia Jucá (UFC) e Laís Flores Santos Lopes Costa (UFBA), especialistas em psicologia.

O lançamento ocorre em um momento em que a escola brasileira, especialmente na rede pública, enfrenta desafios complexos: desigualdades sociais profundas, episódios de violência escolar, evasão, e sinais crescentes de sofrimento psíquico entre os estudantes. Diante desse cenário, o guia reconhece o papel central da escola na vida de crianças e adolescentes, mas enfatiza que ela não pode responder sozinha a questões tão multifacetadas. A construção de redes de apoio se torna essencial para ampliar o alcance e a efetividade das políticas públicas.

Como caminhos para fortalecer essas redes, o guia propõe ações práticas como o mapeamento dos equipamentos do território, a criação de comissões escolares para articulação com outros setores, a promoção de espaços de escuta ativa com estudantes e a aproximação com coletivos juvenis e organizações culturais. Também destaca a necessidade de fomentar vínculos entre os profissionais da educação, saúde, assistência social e justiça, a partir de encontros regulares, encaminhamentos compartilhados e valorização de práticas comunitárias de cuidado.

A publicação reforça a urgência de inserir o tema da proteção integral na agenda de políticas públicas para a infância e adolescência. Compreender os desafios vividos por estudantes em contextos de vulnerabilidade é fundamental para criar soluções duradouras e eficazes. Integrar ações de cuidado e promoção de direitos à rotina escolar não apenas fortalece a rede de proteção, mas contribui para formar cidadãos mais resilientes, acolhidos e preparados para construir um futuro mais justo e solidário.