Ataques de violência extrema em escolas no Brasil: causas e caminhos (Atualização)

Produzido pelo D³e – Dados para um Debate Democrático na Educação, com apoio da B3 Social e da Fundação José Luiz Setúbal, este relatório atualiza e aprofunda a análise sobre os ataques de violência extrema em escolas no Brasil. Elaborado por Telma Vinha e Cléo Garcia, pesquisadoras da Unicamp, o documento complementa o estudo publicado em 2023, incorporando os casos registrados até dezembro de 2024 e detalhando os avanços e desafios nas ações de prevenção e enfrentamento.

A publicação chega em um momento em que, embora o número de ataques consumados tenha diminuído em 2024, o volume de atentados planejados e interrompidos antes de sua execução revela a permanência do risco. Entre 2001 e 2024, foram identificados 42 ataques cometidos por estudantes ou ex-estudantes, com predominância de autores adolescentes, uso crescente de armas de fogo e vínculos com discursos de ódio disseminados em ambientes virtuais. A maioria dos episódios ocorreu em escolas com nível socioeconômico médio ou alto, situadas em áreas urbanas, o que desafia estereótipos comuns e amplia a complexidade do fenômeno.

Como caminhos para a prevenção, o relatório recomenda a articulação de políticas intersetoriais e o fortalecimento de redes de proteção às juventudes. Entre as propostas estão o controle rigoroso da posse e do uso de armas de fogo, a responsabilização de plataformas digitais que hospedam conteúdos violentos, a implementação de protocolos específicos para lidar com situações de violência extrema nas escolas, e o investimento em políticas de educação integral, escuta ativa e formação de profissionais da educação para a promoção de uma cultura de paz.

A publicação reafirma a urgência de compreender os ataques como resultado de múltiplos fatores interligados, que exigem respostas integradas, sensíveis e coordenadas. Ao oferecer dados atualizados e análises aprofundadas, este relatório contribui para subsidiar políticas públicas mais eficazes e promover ambientes escolares mais seguros, acolhedores e democráticos para todos os estudantes e profissionais da educação no Brasil.