A reportagem “Livros e conteúdos educacionais não devem ser receita de bolo”, publicada na série Abrelivros em Pauta, apresenta uma entrevista com Gabriela Moriconi sobre a síntese de evidências Um debate em construção: em busca de evidências para a melhoria da formação continuada de professores, desenvolvido pelo D³e em um projeto voltado à Secretaria Municipal de Educação de São Paulo, assinado pela própria Gabriela Moriconi e Rodnei Pereira, ambos da Fundação Carlos Chagas. Baseado em estudos nacionais e internacionais, o estudo identifica oito características comuns às formações eficazes, como foco no conteúdo, aprendizagem ativa, apoio especializado e continuidade. Moriconi destaca que muitas formações ainda não são avaliadas de forma profunda e defende que a eficácia precisa ser medida com base em impactos reais na prática docente e na aprendizagem dos estudantes.
Ao longo da entrevista, a pesquisadora reforça a necessidade de políticas públicas que garantam tempo, estrutura e acompanhamento qualificado aos professores, especialmente nas redes públicas. Ela aponta que a aprendizagem ativa, a colaboração entre pares e o apoio de tutores ou mentores devem deixar de ser exceções e se tornar parte da rotina das escolas. Gabriela também ressalta a importância da coerência entre formação, currículo e materiais pedagógicos: quando esses elementos estão alinhados, os professores podem direcionar seus esforços de forma mais eficaz. Esse alinhamento, no entanto, não deve ser prescritivo – materiais e formações não devem funcionar como uma “receita de bolo”, mas sim promover autonomia e coerência nas práticas docentes.